quinta-feira, 13 de setembro de 2012


BOLETIM N. 5 - MARÇO DE 2012
Editorial

2012 é um ano especial. O Papa Bento XVI anunciou por meio da Carta Apostólica Porta Fidei (A Porta da Fé) a proclamação do “Ano da Fé” que terá início concomitantemente à comemoração do 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, em outubro deste ano.

Além disso a Igreja se prepara para refletir sobre a Nova Evangelização, tema do próximo Sínodo dos Bispos e que representa uma urgência histórica, se levarmos em consideração que as nossas sociedades sofrem um processo de contínuo empobrecimento de valores humanos e sociais.

“Esse é um momento de graça especial para a Igreja”, como comentou Maria Emmaus Voce, presidente do Movimento dos Focolares, em um artigo publicado pelo L’Osservatore Romano.

Por outro lado, a conjuntura do mundo atual é comparada a uma “Noite escura coletiva”: “Trata-se de uma crise da fé, na raiz da crise que o mundo está atravessando”, repetiu mais de uma vez o Papa Bento XVI.

Mas sob a luz da fé, nesse contexto de crise, a vida de Ginetta se apresenta, justamente hoje, como um testemunho de grande atualidade. De fato, muitos afirmam que é a fé a maior característica do seu testemunho de vida, verdadeira encarnação da frase do Evangelho que Chiara Lubich lhe dera como lema para a sua vida: “Quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá” (Jo 11,25).

Ginetta pode servir de modelo e de impulso para nós neste ano em que – como evidencia Maria Voce em consonância com a Carta do Papa – todos somos chamados a redescobrir, viver e comunicar a fé.

Bento XVI afirma também que não é possível enfrentar esse desafio sozinhos, mas somente com a ajuda de Deus e junto com os irmãos.

 A preocupação em formar “homens novos”, isto é, pessoas imbuídas da cultura do Evangelho, acompanhou Ginetta em toda a sua vida; ela tinha certeza de que sem homens novos não teremos estruturas novas. Homens novos que, juntos, testemunhem o amor recíproco diante dos desafios de um mundo fortemente marcado pelo individualismo .

É preciso intensificar a vida de comunhão e fraternidade nos nossos ambientes, nos espaços políticos, nas fábricas, nos bairros, nas universidades, nas famílias... porque é na comunhão que Jesus Ressuscitado se faz presente espiritualmente, toca os corações e os transforma.

É justamente essa compreensão do Evangelho que iluminou Ginetta e os primeiros focolarinos desde o momento de sua chegada ao Brasil, em 1959. Surpreendidos pelo impacto das desigualdades sociais, tornaram-se, aos poucos, protagonistas de centenas de obras sociais mas, sobretudo, foram testemunhas das transformações realizadas pelo Evangelho na vida de muitas pessoas que, numa reação em cadeia, suscitaram núcleos de fraternidade espalhados por todo o Brasil.

 2012 assinala, além dos cinco anos da abertura do Processo de Beatificação de Ginetta, também o 40º aniversário da inauguração da Mariápolis Araceli (hoje Mariápolis Ginetta), esboço de sociedade, fruto do Evangelho vivido por muitas pessoas. Elas foram impulsionadas pela firme fé de Ginetta nas promessas do Evangelho, e pelo entusiasmo que ela irradiava em viver para construir o Reino de Deus, a fraternidade entre todos.

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