segunda-feira, 24 de maio de 2010

Testemunho de Trento, Itália

Conheci Ginetta em 1950. Cláudio, meu marido, trabalhava na ferrovia Trento-Malé e ali conheceu Marco Tecilla (o primeiro focolarino), seu colega, que o convidou a participar de um encontro com algumas senhoritas, jovens. Naquele dia ele chegou tarde em casa e eu perguntei: "Mas onde você esteve?". E ele me contou tudo, dizendo: "Assim que chegar alguma das tuas irmãs para ficar com as crianças, vou te levar a esses encontros". De fato, alguns meses depois uma irmã minha veio de Verona e ele me levou ao meu primeiro encontro. Foi ali que conheci Ginetta, que foi um dom imenso, uma luz, algo inimaginável. O encontro aconteceu na casa de uma família, estavam presentes umas trinta pessoas. Cláudio me apresentou a ela que, com seu olhar profundo, nos abraçou e disse: "Dois santos". Disse assim! Para mim foi uma surpresa essa primeira saudação estranha, na qual ela nos falava da santidade. Foi realmente uma surpresa!
Ela contou sobre a sua vida, o relacionamento com as outras focolarinas após a descoberta do Ideal da unidade, como superou o medo da morte fazendo tudo por amor. "Se lavo a salada - ela dizia - lavo por amor; se limpo a cozinha, ou qualquer outra coisa, faço por amor". Eu ficava encantada, porque estava casada há quase 5 anos, tinha dois filhos e estava esperando o terceiro, portanto estava sempre ocupada com as coisas da casa, mas nem tudo eu fazia por amor. Descobrir que Ginetta e as primeiras focolarinas faziam as coisas mais simples com amor, me deu uma grande alegria e surpresa, ao perceber o quanto essas coisas práticas e pequenas eram valorizadas com esta espiritualidade.
Até então, havia feito tudo porque amava Cláudio, porque os filhos eram meus, porém ela me apresentou um outro modo de viver.
Quando nasceu o terceiro filho, Ginetta veio me visitar no hospital com Bruna e Aletta (outras duas das primeiras focolarinas) e me trouxeram um grande maço de cravos brancos. Era a segunda vez que via Ginetta. E ali aconteceu um episódio hilário. Eu estava num quarto com outras seis mães que, vendo essas moças, me perguntaram: "Quem são? São parentes suas?". Eu respondi: "São amigas do meu marido". Elas riram provocatoriamente, mas silenciaram quando viram que Ginetta ficou e me ajudou muito.
Também Cláudio entrava cada vez mais no amor verdadeiro, muitas coisas estavam mudando para ele também. E Ginetta o ajudou muito.
Um belo dia Ginetta disse: "Escute, Cláudio, será se não é hora de você ir caçar homens, em vez de pássaros?". Ele logo vendeu os fuzis. Pouco a pouco, com o que Ginetta lhe dizia, ele ia superando pequenos vícios, como fumar, por exemplo. Sem lhe dizer para não fumar, Ginetta o levou a entender que podia 'oferecer' um sacrifício a N.Senhora; era o mês de maio. E ele conseguiu deixar de fumar.
Eu conheci outras focolarinas, mas Ginetta foi aquela que sustentou muito o Cláudio, ajudando-o a se desapegar de hábitos não bons.
Quando Ginetta deixou Trento e foi para Roma, continuou a me escrever e a ser para mim um guia, iluminando os encontros que eu fazia com pessoas a quem procurava transmitir essa luz que eu havia recebido.
TERESA FACCHINELLI - TRENTO

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