segunda-feira, 13 de junho de 2011

UMA PESSOA COM UM CARISMA ACIMA DO NORMAL

TESTEMUNHO SOBRE GINETTA CALLIARI

Ginetta, Livia e Gisella
 Sou Antonietta Zeni, prima de Ginetta Calliari. Nasci na cidade de Cembra e atualmente moro em Trento, norte da Itália.
Sou prima dela em segundo grau, mas gostaria de explicar. A minha avó e a mãe de Ginetta eram irmãs. Na minha família, a minha mãe e meus dois tios, Luis e Mario, eram primos de Ginetta em primeiro grau. Contavam, na nossa família, que as três irmãs Calliari – Lívia, Ginetta e Gis – iam com freqüência à nossa cidade de Cembra, enquanto a avó materna era viva.
Esses três primos (minha mãe e meus dois tios) e as três irmãs (Lívia, Ginetta e Gis) se davam muito bem e passavam longos períodos juntos em Cembra, no verão.
Logicamente não me lembro disso porque não tinha nascido ainda, mas minha mãe e meus tios me falavam sobre isso. Diziam sempre que Ginetta tinha um caráter muito forte, muito determinado; aquilo que pensava ou dizia, era sempre atuado.

Conheci o Movimento dos Focolares graças ao meu marido, falecido há 20 anos, porque ele era um simpatizante do Movimento.
Eu pude conhecer bem a Gis, porque Ginetta já estava morando em São Paulo. Pude conhecê-la somente quando ela vinha a Roma, todo ano, no mês de outubro (para os encontros com Chiara Lubich, de todos os responsáveis do Movimento dos Focolares no mundo inteiro).
Num primeiro contato, Ginetta parecia muito séria, muito decidida nas suas opiniões. Porém, quando falava, transmitia uma doçura que não sei de onde provinha – da alma, do seu pensamento..., eu não sei.
Ela ficou hospedada na minha casa, para minha grande alegria. E ali eu tive a sensação de conhecer uma pessoa com um carisma acima do normal.
Segundo eu, Ginetta era uma mulher muito corajosa, muito decidida, mas ao mesmo tempo uma pessoa doce. Claro, considerando aquilo que ela realizou no Brasil, aquilo que construiu, criou, dá para entender que era uma pessoa com uma grande capacidade, com um carisma fora do comum.
Precisaria que existissem muitas pessoas como ela. Ela me ensinou a ser altruísta, a doar sempre, a compreender os outros, principalmente os mais fracos.

Antonietta Zeni



segunda-feira, 6 de junho de 2011

A MESMA DETERMINAÇÃO DE MOISÉS DIANTE DO MAR VERMELHO

TESTEMUNHO DE ALBERTO FERRUCCI SOBRE GINETTA CALLIARI



Encontrei Ginetta pela primeira vez em 1964, na Itália. Eu estava num dos meus primeiros encontros com o Movimento e à tarde ela contou a sua experiência no Brasil, com as outras focolarinas, no período do carnaval, exprimindo tanto divino que me impulsionou a fazer uma nova escolha de Deus: por isso me sinto um filho espiritual dela.
Estando com Ginetta nestes últimos anos, por causa do Pólo Industrial Spartaco, sempre senti esse grande respeito pelo outro, a sua capacidade de deixá-lo se exprimir na sua máxima liberdade, aderindo prontamente a cada sugestão. Se diante de uma proposta eu deixava escapar, por exemplo, um “... mas talvez fosse melhor...”, ela mudava tudo imediatamente.
Creio que isso se devia ao fato que ela acreditava plenamente na força da unidade (...). Ela viveu um momento muito alto na sua experiência espiritual de unidade com Chiara, a experiência de ser uma Alma só, na qual ela colheu a grandeza do Carisma que Deus confiou a Chiara, e percebeu a importância fundamental de permanecer sempre nessa unidade construída com Chiara (...). Ela tinha a convicção de que, agir assim, significava inundar o mundo de Espírito Santo, deixar Deus agir.
Ela era uma mestra no amor, que se exprimia num amor personalizado.
Ela me perguntou sobre a minha família e lhe falei de um filho, que tinha sido um gen (jovens do Movimento) e que estava passando por uma crise. Fui embora da Mariápolis para retornar à Itália, e parei no Rio de Janeiro a trabalho. À noite, chegando ao hotel, encontrei um pacote enviado por ela. Não sei como ela conseguiu fazer o pacote chegar lá antes de mim. O pacote continha uma concha grande, linda, para o meu filho.  Ela quis fazer um ato de amor personalizado a uma pessoa que não conhecia, para que fosse um “dardo de amor”: meu filho agora está casado e se reaproximou da fé; essa concha é para ele o sinal de um amor especial de Deus. (...)
Numa outra ocasião, no Pólo Spartaco, havia um novo galpão a ser inaugurado. Naquele momento, Ginetta tinha problemas de coluna e não podia caminhar. No entanto, assim mesmo ela quis participar dessa inauguração. Ela chegou para a inauguração desse novo galpão com a mesma determinação que deve ter tido Moisés diante do Mar Vermelho, quando devia abrir as águas para o povo hebreu na fuga do Egito. Num clima espiritual inesquecível, ela afirmou: “Este galpão foi construído por amor, portanto existirá também nos céus novos e terras novas”. 
(...) Essa empresa, como todas as empresas do Pólo Spartaco, de uma conversão pessoal, de um ato aparentemente irracional, que escondia uma racionalidade expressiva porque exprimia a fé no Projeto Economia de Comunhão.
Todas essas empresas nasceram de uma resposta dessas pessoas a uma vocação, que Ginetta sempre acompanhou e alimentou: uma vocação à cruz, certamente não uma vocação ao sucesso.
E Ginetta sempre alimentou essas vocações – como ela diz – com o “sangue da alma”. A sua fé sustentava essas pessoas.
Ela tinha essa determinação de não parar diante das dificuldades, era uma pessoa humanamente com um forte carisma pessoal.
Certa vez, Ginetta me mostrou a casa das Gen3 (as adolescentes do Movimento), dizendo-me: “Está vendo esta casa? Todo ano hospedamos mais de 30 adolescentes. Nós as ensinamos a dançar, ensinamos religião, ensinamos a trabalhar, ensinamos o que é uma família: depois de um ano elas vão embora, mas nenhuma delas vai mais terminar na rua”. Ao contar esse episódio no Paraguai, onde fui fazer uma conferência, uma pessoa me disse a propósito: “Enquanto Igreja, nós gastamos milhões e milhões de dólares para ajudar os pobres, mas sem resultado, porque somente os assistimos. Assim, ao invés, é a situação do homem que se transforma”.
Eis o que significa formar homens novos.

ALBERTO FERRUCCI
Focolarino casado, empresário, presidente da Associação Internacional por uma Economia de Comunhão (AIEC), diretor Responsável do Noticiário Economia de Comunhão