O jornal paroquial de Lavis, na província de Trento, onde Ginetta nasceu e foi batizada, publicou em outubro de 2009 o artigo de Angelica Jachemet: "No Brasil, o processo de beatificação de uma lavisense".
O artigo suscitou uma reação em cadeia, inspirando o jornalista Andrea Casna a escrever outros dois no jornal diário l'Adige, de Trento: "Ginetta, 'serva de Deus', rumo à beatificação", em 18 de outubro de 2009, e "De Lavis a Recife, a viagem de Ginetta", em 29 de novembro de 2009.
Maria Odorizzi, de Lavis, ao ler o artigo publicado no Boletim paroquial, apresentou-se como colega de classe de Ginetta na Escola Agrícola de Lavis. Surpresa e feliz por ter notícias da amiga de infância, ela também escreveu suas recordações da Serva de Deus no mesmo jornal paroquial, em dezembro, artigo que reportamos a seguir.
LEMBRAR É GRATIFICANTE
Uma colega de escola "na corrida" para a beatificação
É maravilhoso!
Na nossa vida de todos os dias, pode acontecer que recordações e emoções se cruzem e se desdobrem em nosso coração e nossa mente.
A notícia da introdução da causa de beatificação da minha colega de escola Ginetta Calliari suscitou em minha mente um enleado de recordações. Na década de 1920 e de 1930, a família Calliari morava na casa do guarda-linha das vias férreas, poóximo à estação ferroviária de Lavis. Controlava a passagem de nível, abaixando a barra para a travessia do trem, seja durante o dia, seja à noite, porque ali, saindo da estrada e atravessando a ferrovia, começava a região agrícola nos campos dos Aicheri (onde atualmente desponta Zambana Nova) para depois continuar até Zambana Velha.
Ao redor da casa floresciam muitas atividades: a horta, o galinheiro, mais adiante um barracão com os apetrechos e uma pequena vinha.
Ginetta, nascida em 1918, e Gisella, em 1920, frequentavam a escola em Lavis: chegavam a pé, sempre pontuais e sorridentes. Participavam também dos cursos profissionalizantes, mantidos pelas irmãs canossianas, bem como da vida do oratório.
Em 1931, teve início a Escola Agrícola, cuja ala masculina era confiada ao professor Pio Tamanini, e a ala feminina era dirigida pela professora Lucia Pittori; a disciplina de ciências agrárias contavam também com o técnico Bertoli.
As irm~sa Calliari frequentavam a escola juntas. Lembro-me delas com afeto e emoção.
Ginetta era alta, de pele e cabelos morenos; Gisella era pequena, loira e de pele clara. A primeira tinha um caráter forte, empreendedor, vivaz e bem determinado; a menor era dócil. A irmã mais velha, Lívia, aprendia corte e costura.
além da escola, nós nos encontrávamos aos domingos na casa das religiosas, das 13 às 17h, para a "doutrina", o canto, o terço e os jogos no pátio. Lembro-me especialmente dos seis domingos de São Luiz Gonzaga, que aconteciam nos meses de maio e junho. Todos os oratorianos participavam: íamos juntos à missa, e o padre falava sobre a vida do santo e convidava-nos a segui-lo na pureza e na caridade.
A educação, a formação do caráter de muitas meninas e rapazes do vilarejo delineou-se não só na família e na escola, mas também com a ajuda preciosa e determinante das irmãs canossianas.
Concluído o período escolar, perdi de vista as minhas duas colegas.
Em 2001, recebi a notícia da morte de Ginetta, no Brasil. Naquela ocasião, soube da sua consagração no Movimento dos Focolares. Depois, durante o funeral de Chiara Lubich, que acompanhei pela televisão, reconheci Gisella, ali, no primeiro plano, entre as focolarinas. Para mim foi uma bela descoberta, e logo escrevi-lhe uma carta. Na semana seguinte, falei com ela por telefone, lembrando os tempos da nossa infância.
Agora exulto pensando no bem que Ginetta realizou, essa minha querida colega de escola, que recordo com tanta estima e amizade.
Confio a ela as minhas preocupações, as minhas alegrias, as inquietações de cada dia.
Confio a ela, em especial, a juventude, as mães, os idosos, toda a paróquia de Lavis, a fim de que esteja sempre voltada para Cristo e o Evangelho. Que a nossa comunidade seja sempre unida na acolhida, na concórdia, na fraternidade, na ajuda recíproca, tendo presente o bem comum.
Maria Odorizzi
O artigo suscitou uma reação em cadeia, inspirando o jornalista Andrea Casna a escrever outros dois no jornal diário l'Adige, de Trento: "Ginetta, 'serva de Deus', rumo à beatificação", em 18 de outubro de 2009, e "De Lavis a Recife, a viagem de Ginetta", em 29 de novembro de 2009.
Maria Odorizzi, de Lavis, ao ler o artigo publicado no Boletim paroquial, apresentou-se como colega de classe de Ginetta na Escola Agrícola de Lavis. Surpresa e feliz por ter notícias da amiga de infância, ela também escreveu suas recordações da Serva de Deus no mesmo jornal paroquial, em dezembro, artigo que reportamos a seguir.
LEMBRAR É GRATIFICANTE
Uma colega de escola "na corrida" para a beatificação
É maravilhoso!
Na nossa vida de todos os dias, pode acontecer que recordações e emoções se cruzem e se desdobrem em nosso coração e nossa mente.
A notícia da introdução da causa de beatificação da minha colega de escola Ginetta Calliari suscitou em minha mente um enleado de recordações. Na década de 1920 e de 1930, a família Calliari morava na casa do guarda-linha das vias férreas, poóximo à estação ferroviária de Lavis. Controlava a passagem de nível, abaixando a barra para a travessia do trem, seja durante o dia, seja à noite, porque ali, saindo da estrada e atravessando a ferrovia, começava a região agrícola nos campos dos Aicheri (onde atualmente desponta Zambana Nova) para depois continuar até Zambana Velha.
Ao redor da casa floresciam muitas atividades: a horta, o galinheiro, mais adiante um barracão com os apetrechos e uma pequena vinha.
Ginetta, nascida em 1918, e Gisella, em 1920, frequentavam a escola em Lavis: chegavam a pé, sempre pontuais e sorridentes. Participavam também dos cursos profissionalizantes, mantidos pelas irmãs canossianas, bem como da vida do oratório.
Em 1931, teve início a Escola Agrícola, cuja ala masculina era confiada ao professor Pio Tamanini, e a ala feminina era dirigida pela professora Lucia Pittori; a disciplina de ciências agrárias contavam também com o técnico Bertoli.
As irm~sa Calliari frequentavam a escola juntas. Lembro-me delas com afeto e emoção.
Ginetta era alta, de pele e cabelos morenos; Gisella era pequena, loira e de pele clara. A primeira tinha um caráter forte, empreendedor, vivaz e bem determinado; a menor era dócil. A irmã mais velha, Lívia, aprendia corte e costura.
além da escola, nós nos encontrávamos aos domingos na casa das religiosas, das 13 às 17h, para a "doutrina", o canto, o terço e os jogos no pátio. Lembro-me especialmente dos seis domingos de São Luiz Gonzaga, que aconteciam nos meses de maio e junho. Todos os oratorianos participavam: íamos juntos à missa, e o padre falava sobre a vida do santo e convidava-nos a segui-lo na pureza e na caridade.
A educação, a formação do caráter de muitas meninas e rapazes do vilarejo delineou-se não só na família e na escola, mas também com a ajuda preciosa e determinante das irmãs canossianas.
Concluído o período escolar, perdi de vista as minhas duas colegas.
Em 2001, recebi a notícia da morte de Ginetta, no Brasil. Naquela ocasião, soube da sua consagração no Movimento dos Focolares. Depois, durante o funeral de Chiara Lubich, que acompanhei pela televisão, reconheci Gisella, ali, no primeiro plano, entre as focolarinas. Para mim foi uma bela descoberta, e logo escrevi-lhe uma carta. Na semana seguinte, falei com ela por telefone, lembrando os tempos da nossa infância.
Agora exulto pensando no bem que Ginetta realizou, essa minha querida colega de escola, que recordo com tanta estima e amizade.
Confio a ela as minhas preocupações, as minhas alegrias, as inquietações de cada dia.
Confio a ela, em especial, a juventude, as mães, os idosos, toda a paróquia de Lavis, a fim de que esteja sempre voltada para Cristo e o Evangelho. Que a nossa comunidade seja sempre unida na acolhida, na concórdia, na fraternidade, na ajuda recíproca, tendo presente o bem comum.
Maria Odorizzi
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