segunda-feira, 5 de julho de 2010

LEVAR O IDEAL DA UNIDADE

TRECHO EXTRAÍDO DO LIVRO "GINETTA. UMA VIDA PELO IDEAL DA UNIDADE", pg. 115, Editora Cidade Nova.

(Foto do primeiro focolare, na praça Cappuccini, em Trento, Itália)
"Senhor, manda-me almas".
Como estávamos em tempos de guerra, faltava tudo, e Deus quis se servir de mim como instrumento para levar a providência ao primeiro focolare do mundo, na praça Cappuccini.
Como fazíamos parte da Ordem Terceira Franciscana, logo nos confiaram os pobres. A certo ponto, Chiara confiou a mim todos eles, e assim era eu que devia procurar a providência. Nesse tempo, eu ainda não morava no focolare. Todos os sábados, as primeiras focolarinas iam visitá-los levando aquela providência que chegava.
E Chiara ficava sempre feliz quando eu me apresentava com a providência! Mas um dia, ela me chamou de lado e me disse:
- Ginetta, gosto quando você chega com a providência, mas eu ficaria mais contente se você trouxesse outras pessoas.
A este ponto, tive a impressão de que Chiara estivesse me pedindo algo que ia além das minhas possibilidades, de que eu nunca teria podido dar uma resposta concreta a este pedido. E se não caí no chão naquele momento foi mesmo pela graça de Deus, porque tomei um susto...! Como se Chiara me dissesse: "Vamos ver se você é ou não é feita para nós".
Fui para casa e disse à minha mãe:
- Mãe, a partir de hoje não volto mais para almoçar em casa; vou ficar no escritório, porque tenho de fazer horas extras.
Tinha três horas de folga entre o expediente da manhã e o da tarde, das doze às três. Assim, organizei essas três horas: a primeira para escrever a pessoas que tinha conhecido na minha vida, para ver se no futuro seria possível transmitir-lhes essa minha escolha de vida, essa experiência. A segunda hora, para ler a vida dos santos - porque dizia a mim mesma: Não há um santo que não tenha conseguido criar ao seu redor uma família espiritual, uma comunidade. E os santos tornaram-se meus mestres. A terceira hora a transcorria em um igreja dedicada a Maria Menina, que estava sempre vazia. (...) Das duas às três eu ficava de joelhos diante do sacrário da igreja de Nossa Senhora Menina, pronunciando a mesma oração do santo Cura D'Ars, ligeiramente diferente: "Senhor, eu te amo, ma não te amo suficientemente; manda-me almas!" Mas era uma súplica, era como um gemido! Continuei, não sei por quanto tempo, a dirigir a Deus esse pedido. E aos poucos vi que uma jovem ou um adulto, ou... vinham me procurar para conhecer algo da minha vida, porque viram que eu estava tão diferente de como era antes! E assim se formou um grupinho ao meu redor.
Um dia Chiara me disse:
- Ginetta, quero conhecer aquele grupo de pessoas às quais você transmitiu a espiritualidade, o Ideal.
Fomos todas ao focolare, na praça Cappuccini. Chiara conversou com cada uma; depois, elas foram embora, e Chiara me disse:
- Ginetta, gostei de ter conversado com aquelas pessoas, fiquei contente! Se você tivesse me apresentado um grupinho de jovens, de adolescentes, teria dito que você não deu o Evangelho na sua pureza; se você tivesse me apresentado um grupo de velhinhas, teria dito a você a mesma coisa. Ouvindo-as, percebi que você deu a elas o Evangelho puro, não um Evangelho diluído, mas o Evangelho puro!

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