No dia 8 de março, comemoramos 10 anos do falecimento de Ginetta Calliari. Justamente no Dia da Mulher temos um exemplo de vida maravilhoso na sua pessoa e na caminhada de vida que fez dela um modelo a ser imitado. Que Ginetta, da Mariápolis Celeste, nos incite a fazer da nossa vida um farol, luz para o mundo, sal da terra.
Para lembrá-la, publicamos a segunda parte do testemunho de Danilo Zanzucchi. A primeira parte foi publicada no Boletim nº 4, já à disposição.
Já fazia algum tempo que Ginetta estava pensando em construir na Araceli uma ou mais casas para uma escola de famílias, seguindo o exemplo da Escola Loreto, em Loppiano. Ela havia até mencionado isso a Chiara, na sua visita recente. Aproveitou desse encontro dos focolarinos casados para propor-lhes o projeto, que foi aprovado por unanimidade com aplausos clamorosos.
Ginetta – sempre limitada à sua poltrona – havia telefonado a Chiara, que expressou seu contentamento por essa iniciativa.
Assim, sob um sol forte e um céu azul intenso, no dia 20 de fevereiro, uma procissão de focolarinos e famílias se dirigiu ao terreno, perto do Centro Mariápolis. Foi lida uma mensagem muito bonita de Ginetta: “Somente quando é Deus quem constrói, não trabalhamos em vão”. Ao som da canção “Magnificat” foram depositadas as medalhinhas no terreno. Uma experiência de fé, sentida profundamente e muito participada.
Naqueles dias, num outro encontro com Ginetta, falamos sobre os seus primeiros tempos em Trento, quando ela trabalhava com Aldo Gadotti, seu chefe, que era um tipo cético quanto à religião.
Um dia, ela se apresentou a Aldo para pedir demissão do trabalho e perguntar se poderia ser substituída por outra focolarina. Depois, convidou-o a ir ao focolare. Foi então que Ginetta teve a oportunidade de lhe falar sobre a ação social que as primeiras focolarinas estavam realizando em Trento. A essa altura Aldo deu-lhes todo o dinheiro que trazia consigo. Mas o que Ginetta queria mesmo era lhe falar do Ideal, que foi o que aconteceu na segunda vez em que Aldo foi ao focolare de Trento.
A conseqüência dessa “história do Ideal” foi uma longa confissão de Aldo, que arrancou lágrimas também do confessor. Ouvindo essa narração é espontâneo pensar no relacionamento direto de Ginetta com Jesus. Toda a sua existência é com Ele.
No final de janeiro passado (de 2001) estivemos novamente na Araceli, para encontros com as famílias da Obra. Tivemos oportunidade de estar com Ginetta umas cinco vezes. Nós a encontramos muito bem, após o período doloroso da doença, que no ano anterior a tinha deixado à beira da morte.
No dia seguinte à nossa chegada na Araceli, Ginetta já nos convidou para o almoço num restaurante fora da Mariápolis, imerso no verde tropical dessas florestas estupendas.
Parecia-nos um milagre vê-la à mesa conosco, em plena forma. Imediatamente estabeleceu-se uma unidade especial; contávamos experiências profundas do Ideal, com naturalidade e alegria, como entre irmãos e irmãs. Um dom imenso. Tínhamos a impressão de estar com uma grande santa. Lembrávamos os dias do nosso encontro com o Ideal em Milão, em Parma, do relacionamento de Ginetta com a nossa Chiaretta, os acontecimentos dolorosos da Obra na década de Cinqüenta. Ginetta dizia entrever um desígnio de Deus sobre nós e a nossa família.
No dia seguinte fomos à missa na capelinha de sua casa. Oração intensa. Após a missa ela leu o agradecimento, as orações da visita ao Santíssimo, o exame de consciência simples, profundo. A seguir, passamos ao seu escritório, ao lado da capela. Continuamos uma comunhão profunda das nossas experiências de Jesus em meio, numa atmosfera simples, bela, lembrando também fatos divertidos.
Houve ainda outros encontros, nos dias seguintes. Ginetta vivia numa espécie de retiro, não participava dos encontros da Mariápolis, mas na verdade era a alma de tudo.
Numa tarde ela quis cumprimentar os focolarinos casados que realizavam um encontro. Eram cerca de cem, de todo o Brasil. Ginetta conhecia muitos deles. E não acabava mais de cumprimentá-los, um a um, com palavras de encorajamento. É difícil descrever o clima de grande unidade que se criou ao seu redor.
Antes de deixarmos a Araceli, ela nos convidou ainda para o almoço.
Agradeceu-nos por termos estado lá, como representantes de Foco.
Em seguida, na missa, numa atmosfera de alegria, confiamos a Jesus e a Maria o fruto dessa viagem.
No momento da nossa partida, Ginetta desceu até o jardim e fez questão de nos cumprimentar, saudando-nos até o carro partir para o aeroporto. Conservamos na alma o amor daquela despedida.
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